A SAGA AFRICANA COMEÇOU ASSIM

VIDA A TERMO CERTO



A morte esperada ou a morte adiada...


Era uma vez...

Uma profissional de sucesso, deslocando-se entre as suas empresas com a mesma genica que o alfa-romeo que conduzia...

Umas dores de cabeça mais irritantes quando, na verdade, era preciso estar no máximo da concentração para responder aos grandes desafios que todos os dias lhe eram lançados.

O desmoronar do mundo - apocalipse total pelo diagnostico... uma lesão cerebral irreversível
probabilidades? muito poucas; viver a termo certo!
Resultado? Esperança de vida - máximo 3 anos, contando o tempo já passado e impossível de quantificar.
Decisões: sacrifício dos caracóis loiros - intervenção; quimio e radioterapia?
NUNCA - todo o ser humano tem o direito de escolher morrer com dignidade.

Era uma vez

Uma voluntária internacional
para quem a vida é para ser vivida
ate ao ultimo suspiro
com garra
determinação,
dividindo com os outros o que ainda lhe resta.
E essa divisão deu multiplicação...
os meses passaram, foi ficando esquecido o veredicto de morte
e os meses continuaram a passar
de novo a multiplicação
novos valores, novas recompensas
os meses somaram anos
e um novo diagnostico
...surpreendente...
O espectro da morte tinha sido afastado
não havia mais susto, não havia mais contagem decrescente
a morte há-de vir, sim
quando?
nem os deuses o sabem
mas continuam a proteger
a audaz e desafiadora
mulher
que um dia disse não a baixar os braços,
venceu a morte
e vive cada dia
como se fosse o ultimo



RENASCER


Youpy!!

CA ESTOU...Regressei das areias do deserto e do deserto do meu descontentamento, pronta para viver a vida em pleno, porque, SO SE VIVE UMA VEZ e como se diz; arrepender-me do que faço nunca, só me arrependerei do que poderia ter feito e não fiz

Memorias do passado recente que ainda turvavam o espírito e o olhar perante o que foram meses de amargura, humilhação, tristeza, solidão e, muito mais que isso, a desvalorização assumida ao valorizar o que não tinha a mais ínfima das importâncias.

A melhor coisa do mundo e um corrector - a gente escreve um livro mas em qualquer altura se pode corrigir e voltar a escrever por cima outra historia.
É obrigatório florescer para a vida, para o mundo, para nós próprios

Ilusões, sonhos inconsequentes mais ou menos envolventes mas mais ou menos irrealizáveis não vão ver cobertos a corrector mas simplesmente deixados numa gavetinha de boas recordações para, outro dia, lembrar com um sorriso de ternura e, talvez, também de nostalgia e esquecer o do passado por ter dado oportunidade ao presente.


... NADA NA VIDA E DEFINITIVO , POR ISSO, TALVEZ SEJA AI QUE RESIDE A BELEZA DE VIVER O RECOMEÇAR


Afinal e tão simples O RECOMEÇAR - infiltra-se devagarinho, sorrateiramente mas vaie-se instalando no nosso ser no nosso estar e sabe bem. É aceite, não como um turbilhão quase demolidor mas sim como uma brisa suave e morna que acalenta, acaricia e sabe bem.

O mundo, o nosso mundo, altera-se, o que foi lindo e se ensombrou volta a resplandecer de beleza de sedução e de encantamento. E um novo ciclo de vida e um novo desafio bom e apetece voltar a escrever por cima outra historia... que também comece por ERA UMA VEZ

As páginas da vida são cheias de surpresas. Há capítulos de alegria, mas também de tristeza, há mistérios e fantasias, sofrimento e decepções. Por isso nunca rasgar paginas ou saltar capítulos, não ter pressa em descobrir os mistérios, ou perder as esperanças, pois, muitos são os finais felizes. E nunca esquecer: do livro da nossa vida, o autor somos nós próprios. Haverá sempre um tempo para AMAR e um tempo para LUTAR.
para podermos sair VENCEDORES

Definitivamente no lema de que PARA SEMPRE não existe porque tudo tem um tempo, uma verdade muito real fica: .renascer ... como uma frágil erva do deserto, tão forte que a grande tempestade não arrancou ...

A beleza acontece... o encantamento envolve ... ao olhar o infinito descobre-se um tesouro... envolto em mistério … O DESERTO



Como o esvair do mar
no desfazer de uma vaga em espuma

Como o ocaso
num dia inesquecível

Como o desfolhar
da mais linda rosa

Como o último suspiro
de um moribundo

O amor desliza de mansinho,
apanhado numa ligeira brisa e
como num bater de asas
provoca um turbilhão avassalador

Vira paixão
depois loucura
ansiedade
desespero
e como borboleta tonta
parte

Ira recomeçar o ciclo
- amor – paixão - loucura - desespero

Porquê?




A VIAGEM ADIADA


FRUSTRAÇÃO – Setembro 2006


LIBANO - tão perto mas tão longe

Espírito tumultuoso numa atmosfera em mutação - esvai-se o verão inunda-se a terra e as almas de folhas mortas - de crepúsculos antecipados pelo esmorecer da lua em quarto minguante.
Os dias longos dão lugar a noites ainda mais longas em que o alvorecer tarda pela falta de objectivos.
Tudo se conjuga na natureza para compartilhar a desilusão a frustração - eu quero ir - eu queria ir
- não vai ninguém -
- Um imenso porquê
esmoreceram as vontades ou a participação não era tão mediática que valesse o risco
Acredito na humanidade
Afinal estão todos preocupados com os seus umbigos mas para que servirá um umbigo depois da cisão com a fonte de vida
O sonho de subir montanhas, transportar bens essenciais, acalmar aqueles espíritos assustados: um sonho perdido
Sou uma fraude de mim própria - queria ir - o dia que parecia nunca mais chegar - não vai chegar nunca




NOITE SEM LUA


A escuridão nunca e total, nem no deserto, nem na vida..
Haverá sempre uma poeira de estrelas para nos
mostrar um horizonte mesmo longínquo, mesmo que
se saiba que e inatingível.
Mas é real, está lá e serve como ponto de referencia para não parar,
para nunca deixar cair os braços.
Mesmo que não fosse real, mostra-se.
Horizontes , desafios, miragens...
Como a um intruso no deserto, profanando as suas areias escaldantes é feito um chamamento que parece de vida mas conduz a uma morte lenta e inevitável.
No meio de toda a amargura, dor, frustradamente fique a certeza de que algures há alguém que sofre mais que nos e que espera o nosso conforto.
Queria poder estar tão certa do que acabo de escrever, de poder interiorizar estas teorias, dominar o furacão e adquirir tranquilidade.



ORAÇÃO


De um fôlego subo a grande duna
respiro o ar cálido do imenso deserto
ouço o silêncio das areias
vejo morrer o sol no horizonte

depois

Fechar os olhos
rever o dia
recordar
a tempestade de neve
a menina deficiente
o aplauso do anónimo
e
a lâmpada de Aladino

«quando desesperares evoca o génio
não esperes, ele não vai aparecer
pede um desejo, baixinho, só entre ti e ele»

o desejo realiza-se

espírito da grande duna/
Sempre me mandas embora!
Fica comigo na eternidade
deixa-me formar uma nova duna
ser parte do deserto que eu adoro

Vou regressar… regresso sempre
à rotina, aos dias iguais, sem objectivos
escuros, inúteis

eu quero, mas quero com muita força
encontrar um anjo bom
que me faça evolar na atmosfera
aquela---
cálida e doce
do deserto do meu pó »

Comentários

Mensagens populares deste blogue

A GRANDE ODISSEIA 1997

CRONICA DE UMA EXPEDIÇÃO 1996

EXCERTOS GRANDE ODISSEIA